quarta-feira, 31 de outubro de 2007

aqui

Ausente mas presente, mais presente do que nunca. Especialmente centrada, a viver no centro, centrada, a centrar cada instante, a subir e a baixar cada segundo, a moldar a eternidade, para cima para baixo a equilibrar a vida... movimentos tão simples básicos essenciais que se tornam tão complexos são tão densos... ao ritmo da vida respirando ar vermelho que me alimenta a alma

sábado, 20 de outubro de 2007

átomo vida

encontrei pássaro morto
pisco abandonado
ali
olhar da vida
mas ele um corpo vazio
já se fora
agora
vive em todo o lado

algo essencial

cobre-me com o olhar
essencial
essencial
lágrima caindo
perfeita
música palavra
gotas de sal
notas puras
firmes
ecos de luz
coração
passos lentos
dá vida doce
ínfima
essencial

terça-feira, 16 de outubro de 2007

...tanta coisa nova ...!

Início da semana ... um novo começo, uma nova vida, muitas surpresas... outra vez a estudar... parece que a minha vida é de recomeços e aprendizagens, muitas aprendizagens, tanta coisa nova, diferente!

Agora aqui estou, a estudar e a residir no Cencal, o centro de formação das Caldas da Rainha... quem diria! Há uma semana atrás ainda estava longe desta possibilidade, numa realidade muito distante daqui. Fui ao site do Cencal (http://www.cencal.pt), inscrevi-me no curso de Cerâmica Criativa na terça à noite, na quarta ligaram-me a marcar entrevista para sexta...
Foi assim...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

... a revolução continua ...

Muito pó por todo o lado, muita confusão, muitas coisas revoltas, amanhadas à pressa, atiradas para caixas e caixotes, emaladas, olhadas com uma certa tristeza, incerteza também. Valerá apenas guardar ainda isto ou então atirar para o lixo? As roupas, antigas, velhas, os rostos que nos miraram dos retratos durante anos lá de cima, dos seus lugares cativos de destaque, agora por terra, sentem-se avaliados pelos vivos, carregados, vão para um local bem menos digno do seu orgulho poeirento. As mobílias, cheias de pó, já do tempo em que se compravam coisas novas para aquela casa, desmontam-se ou cobrem-se com plásticos. Pode ser que ainda aguentem uma mexida destas! Até os aranhos sentem o sobressalto, correndo rápidos e assustados de aqui para ali. Estranham tanto movimento, as vozes que se levantam, discordam, ralham ou riem. Também eles precisam de procurar novo lar...
Por fim, no dia seguinte de manhã os pedreiros empoleiraram-se no telhado e começaram a tirar as telhas antigas, destelharam, destelharam, destelharam... a poeirada dos 56 anos de construção apoderou-se de toda a rua ("até à igreja", como disse o meu tio), as vizinhas trancaram-se em casa, calafetaram portas e janelas.
À tarde, depois do almoço, os pedreiros munidos com uma espécie de ferro dobrado na ponta, puxaram pelas canas, levantaram pregos ferrugentos e muito pó, arrancaram as canas com uma facilidade surpreendente. Minutos depois estava tudo no chão. Eu e a minha avó olhamos para tudo isto com admiração. Senti uma felicidade enorme! Que espectáculo maravilhoso! Que oportunidade de olhar a transformação! Que felicidade, que dádiva ... assistir assim a um desmoronar de tanta coisa velha, de tanto tecto, tanta telha ...
Lindo, aquele relento, todo aquele ar, tanta noite a entrar pelo vazio a descoberto lá do cimo ... a limpar, a renovar, a apaziguar as querelas antigas, a abraçar alegrias e tristezas ... embalando a criança o bebé está tudo bem, pronto descansa agora, está tudo bem ...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

E eu... estou desperto agora?...

Meu interior, ouve-me, o espírito maior,
o Professor, está perto,
acorda, acorda!


Corre para os meus pés -
ele está perto da tua cabeça agora mesmo.
Dormiste durante milhões e milhões de anos.
Porque não acordar esta manhã?

KABIR


as mãos rodam rodam rodopiam acompanham o ritmo velozes dominam lentas acarinham fazem umas vezes criam outras demasiado fortes intrometem-se deitam a baixo caos depois centram-se centram repõem refazem concentram-se em novo equilíbrio aqui agora