terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

... into the wild ...

No domingo fui ao cinema, não conscientemente com a intenção de ver este filme, mas que acabou por ser a única hipótese tendo em conta a hora e o local escolhido. Sabia por alto do que se tratava. Lera algo que falava do mesmo. Logo aí a minha atenção ficou presa.
Dá que pensar. Mais do que pensar, dá muito que sentir. Marcou-me muito, de uma forma particular. Apesar de inúmeras palavras e ideias me saltarem de todos os lados, não consegui ainda falar sobre esse silêncio. As palavras não querem sair, estão cá dentro, mas não saem. Não me saem da cabeça.
É um silêncio, uma solidão, uma tristeza. Mas tão real. Uma aceitação, sei que não vale a pena continuar a fugir mais. De certa forma é o resultado de um processo interior que se vem prolongando há algum tempo. Como se também eu tivesse embarcado numa viagem sem retorno com destino incerto ainda. Com uma ideia-sensação forte a guiar-me apenas. Sem certezas. Livre.
A liberdade não tem preço. Como é alto o seu preço...
O que pode parecer superficialmente uma mania imatura, sente-se afinal como algo tão forte, profundo e poderoso. É uma entrega ao tempo e ao espaço, aos elementos, à vida. À morte. E a morte, assim como a vida, tem tantos rostos. Tantos nomes, tantas possibilidades!
Não tem sido fácil viver com uma revelação assim tão clara, uma coisa que já sabemos desde sempre, mas que apenas num momento particular sentimos dentro de nós a correr no sangue, a alimentar-nos. Cada dia, cada hora... vi a solidão mais profunda ainda do que imaginara, o balancear entre a vida e da morte... tão frágil, tão forte.
Mesmo neste dia-a-dia, quem é que ainda não passou para esse "lado selvagem"? Coragem, não é fácil, mas vale a pena ser-se quem se é

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