segunda-feira, 23 de julho de 2007

Morrer e viver

( Cantoril, 8 de Junho de 2007)

MUERE LENTAMENTE

MUERE LENTAMENTE QUIEN NO VIAJA,
QUIEN NO LEE,
QUIEN NO ESCUCHA MUSICA,
QUIEN NO HALLA ENCANTO EN SI MISMO.

MUERE LENTAMENTE
QUIEN DESTRUYE SU AMOR PROPIO,
QUIEN NO SE DEJA AYUDAR.

MUERE LENTAMENTE
QUIEN SE TRANSFORMA EN ESCLAVO DEL HABITO
REPITIENDO TODOS LOS DIAS LOS MISMOS SENDEROS.
QUIEN NO CAMBIA DE RUTINA,
NO SE ARRIESGA A VESTIR UN NUEVO COLOR
O NO CONVERSA CON QUIEN DESCONOCE.

MUERE LENTAMENTE
QUIEN EVITA UNA PASION
Y SU REMOLINO DE EMOCIONES,
AQUELLAS QUE RESCATAN EL BRILLO DE LOS OJOS
Y LOS CORAZONES DECAIDOS.

MUERE LENTAMENTE
QUIEN NO CAMBIA LA VIDA CUANDO ESTA INSATISFECHO
CON SU TRABAJO O SU AMOR.
QUIEN NO ARRIESGA LO SEGURO POR LO INCIERTO
PARA IR TRAS DE UN SUEÑO.
QUIEN NO SE PERMITE
POR LO MENOS UNA VEZ EN LA VIDA
HUIR DE LOS CONSEJOS.......SENSATOS....

VIVE HOY
ARRIESGA HOY
HAZ HOY
NO TE DEJES MORIR LENTAMENTE
NO TE OLVIDES DE SER FELIZ....

PABLO NERUDA

Mind Map

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Transformações

Imagem ou "visão" (Março 2007)

Em finais de Março fiz um workshop muito interessante, denominado O Herói dentro de nós e, na fase da meditação/visualização relativa à área do trabalho, vi-me com as mãos no barro, cheia de contentamento e luz fazendo girar uma peça na roda de oleiro. Sentia uma alegria tão autêntica, tão profunda... uma satisfação sem fim!

Uma luz lançada na escuridão.

Depois desenhámos os aspectos que melhor poderiam descrever a nossa vivência. Esta jarra foi a minha representação.

Porque não ir em busca daquilo que nos faz realmente felizes? Aquilo que é autêntico para a nossa alma, que dá equilíbrio e alegria de viver? A procura do caminho autêntico pode trazer-nos muitas incertezas, mas isso já é parte do desafio! Quando somos corajosos, conseguimos andar na escuridão inicial e confiar em algo maior, uma voz, uma intenção, um rasgo, um voo... às vezes os olhos nada distinguem, só confiam. E assim prosseguem...

Acreditar, preparação do caminho, apelo às forças da vida e da morte, aos elementos, assim arriscamos sair da aparente segurança do que nos é conhecido e partimos nessa viagem rumo a uma realidade muito mais vasta, maior.

De facto, quando me inscrevi no workshop do Herói não percebi o que a imagem da jarra significava, mas, lá no fundo, uma luz acendeu-se. Um reconhecimento. E, desde essa altura, muitas transformações têm ocorrido na minha vida. Ou melhor, através dos pequenos passos que dou e da energia que imprimo às coisas, tenho impulsionado muitas transformações...

E o que quererei eu dizer com tudo isto??...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Uma surpresa...



Pendente Místico, cobre (Julho 2007)

Há cerca de três semanas iniciei-me nas artes da joalharia... um desafio particular, como que "por acaso", de forma totalmente inesperada! Esta é a minha primeira peça. A minha filhinha. Tão simples, surpreendeu-me a mistura de formas, o triângulo e o círculo.
Em traços largos, foi assim que a elaborei, sob a supervisão da minha atenta professora:
- serrei o triângulo por fora e depois no interior
- serrei o círculo e abaulei-o para arrendondar
- soldei a forma arredondada ao triângulo.
Simples, não é? É um processo com muitos pormenores, um longo percurso para uma principiante como eu, mas que dá uma tremenda satisfação. Mesmo nas partes mais duras e físicas! Parece que ganho aos poucos uma nova consciência do corpo. Daquilo que é, daquilo que sou.
Afinal, era isso mesmo que eu andava à procura!
O Bicho dentro de Mim

Revolta de sangue

terça-feira, 17 de julho de 2007


The Tiger

Tiger ! Tiger! burning bright

In the forests of the night,

What immortal hand or eye

Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies

Burnt the fire of thine eyes?

On what wings dare he aspire?

What the hand dare seize the fire?

And what shoulder, and what art,

Could twist the sinews of thy heart?

And when thy heart began to beat,

What dread hand? and what dread feet?

William Blake, Songs of Innocence and of Experience

segunda-feira, 16 de julho de 2007

John Everett Millais, Ofélia (1851-52)
mais viva morte

deslizo com a água
acompanho o murmúrio
cabelos soltos livres
vestido gelado desfeito
gotas suaves
segue-me a vegetação
único céu vivo
escuta a minha passagem
acolhe-me
perfume
flores atentas
terra, cobre-me caixão
o aconchego da terra
único horizonte
brisa, toca na folhagem
inventamos melodias
estes meus lábios
secos de sangue
embalamos silêncio
braços abertos
assim
esperem, mãos vazias
flores caídas
em mim
celebração
papoila viva fala morte
fala morte fala morte
aqui deitada
leito de vida
guia-me, movimento no desconhecido
leva-me
água
canta
deixa-me ir, já não resisto
inspiramos
fim de cada instante
sussurras-me
“Ofélia, a mais viva morte”

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate

Não é impossível

Eu não sou difícil de ler

Faça sua parte

Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara

Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim


Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular


Em alguns instantes


Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara

O mundo é portátil

Pra quem não tem nada a esconder

Olha minha cara

É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo

A água é potável

Daqui você pode beber


Só não se perca ao entrar

No meu infinito particular

(Marisa Monte - Infinito Particular)