quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Raku naked - um caminho de felicidade

Um dia encontrei um papelinho que fazia publicidade a um workshop de Raku Nudo. Eu nunca tinha ouvido falar neste tipo de cerâmica e desde logo decidi ligar para saber mais pormenores.

Inscrevi-me e entre meados de Junho e Julho lá fui eu a caminho da Escola António Arroio, local onde decorreu este curso.

O mínimo que posso dizer é que foi uma revelação para mim! As horas corriam, não havia cansaço que vencesse o interesse, a vontade, o entusiasmo. O início, como os inícios costumam ser para mim, foi de adaptação, de reconhecimento, de confusão. Era tudo tão novo!!! Depois, aos poucos, sem dar por isso, o amassar do barro tornou-se mais fácil e rápido, o brunir mais leve e eficiente as peças começaram a ganhar forma e personalidade... fui conhecendo os colegas (todas mulheres, excepto o prof. Fernando Sarmento) e de dia para dia sentia-me mais à vontade.
Cada vez mais feliz!
A primeira queima no forno Raku foi uma autêntica revelação para mim. Não esquecerei a cor alaranjada, transparente das peças ao levantar o forno. Pareciam mágicas, assim tão cintilantes, um milagre puro. Lindo! A violência e a fragilidade. Do equilíbrio dos elementos nasce a peça, descascada, lavada... tanto carinho dedicado a cada peça, as nossas "filhinhas" (a formadora do curso, Stefi, incentivou-nos sempre a cuidar assim das nossas peças).

O curso aproximava-se rapidamente do seu final e sentia-me mais e mais envolvida no processo criativo, um prazer imenso ao dançar com o barro, mergulhar as mãos nele, escutar a sua linguagem... começar também a falá-la. Todas as fases têm o seu encanto. Não seria capaz de escolher uma entre tantas. Todas são importantes, ajudam a construir o todo... a dar a luz final.

Senti-me no meu meio, como peixe na água, como flor na terra. Foi tão bom poder ajudar a colocar e tirar as peças do forno raku no último dia. Não conseguia parar um minuto que fosse. Subir e descer a temperatura, ver com o ferro se as peças já estavam prontas... colocá-las e retirá-las da serradura... molhá-las com água, raspá-las... exclamações de alegria e espanto, por vezes tristeza com alguma peça partida. Em suma... tanta emoção! Tanta vida! Tanto trabalho de equipa precioso.

Aprendi muito a vários níveis. O mais importante não consigo dizer, só viver, viver!!!

Quero voltar a sentir tudo isso, em continuidade... agora e amanhã... quero continuar!

Espero que seja para breve...

















... alguns membros da nossa equipa








... no último dia (ou noite), com os sacos a abarrotar de peças lindas, a caminho de casa! Uma enorem efelicidade no coração... e também tristeza.



Stefania Barale (Stefi), a formadora do curso de Raku Nudo, que simpaticamente me enviou estas fotos e me autorizou a mostrá-las aqui no blog. Obrigada, Stefi!

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