terça-feira, 11 de setembro de 2007

O infinito

O senhor Henri pediu um copo de absinto.
O senhor Henri disse: há dois dias que não bebo.
... ando a fazer umas medições de um edifício antigo - disse o senhor Henri - e se bebo absinto as medidas do interior da casa ficam quase o dobro das medidas do exterior da casa.
... será possível uma casa ter uma das paredes com uma largura interior de dez metros e por fora medir apenas cinco?
... o meu conceito de infinito é este: uma caixa que por dentro mede 20x10x10, e que por fora mede l0x5x5.
... o infinito vem no absinto - disse.
E o senhor Henri, levantando o dedo indicador da mão, pediu ainda: mais um infinito, por favor. E dos grandes!

O Senhor Henri
Tem-me dado imenso prazer este livro... e vontade de rir... talvez mais sorrir, pois é um sorriso que acarreta também uma faceta melancólica, sentida, triste afinal. O Senhor Henri bebe absinto desde o princípio ao fim e fala, disserta sobre tudo e nada... não sei porquê mas fez-me lembrar aqueles tempos remotos em que também bebia esse estranho "licor" esverdeado... cheguei até a andar com uma garrafa na mochila...
Como as coisas são... como tudo muda...!

2 comentários:

Anónimo disse...

o que interessa é
não perder de vista os infinitos.
como se
os infinitos se deixassem ver...

... infinitoos particulares ... disse...

deixam-se ver, às vezes... quando olhamos cá bem para dentro, do infinito de nós...